segunda-feira, 22 de junho de 2009

Brasil precisa estender prevenção e atendimento, diz ONU sobre Aids

O Programa Conjunto das Nações Unidas para a Aids considera o Brasil um país modelo na prevenção e no tratamento da doença. Contudo, tanto o coordenador da ONU no Brasil, Pedro Chequer, quanto o coordenador do Programa Brasileiro de DST/Aids, Eduardo Barbosa, admitem que a região amazônica e o interior do Nordeste ainda não são atendidos como o restante das regiões.

“Esse é um desafio importante. Levar o tratamento para a Amazônia e para o interior do Nordeste. Esse, aliás, é o grande desafio para o Brasil. Com os poucos recursos que temos, nós estamos apoiando o governo para expansão do tratamento no Amazonas e na Bahia”, disse Chequer.

Barbosa destaca ainda que a distribuição de preservativos no Brasil cresceu 11% no primeiro semestre desse ano em comparação com o ano passado. “Em 2007, distribuímos cerca de 120 milhões de preservativos entre janeiro e junho. Nesse ano, já chegamos a 157 milhões”, contou.

Mesmo com esses números de prevenção e tratamento, Barbosa admite que o Brasil ainda precisa ampliar esse acesso. “O acesso ao serviço de testes é um ponto importante. Também temos que ampliar o tratamento nas regiões da Amazônia e no interior do Nordeste. E precisamos ampliar o combate ao preconceito. Temos que fazer isso para diminuir a prevalência de casos que ainda é de 0,6% [percentual de doentes em relação à população total]”, argumentou.

30 mil infecções

Em 2007, segundo a ONU, cerca de 2,7 milhões de pessoas foram infectadas com o vírus HIV. Desses, 140 mil residem na América Latina. O Brasil concentra a maior população com Aids no continente, abrigando cerca de 40% dos 140 mil latino-americanos.

Segundo o governo brasileiro, cerca de 30 mil pessoas são infectadas pelo vírus HIV por ano no Brasil. Para cada 15 homens doentes, há dez mulheres. Em 1980, quando foi feito o primeiro levantamento nacional, para cada mulher com Aids, havia 26 homens com o vírus. Cerca de 25% das pessoas com a doença no país, 25% têm entre 15 e 24 anos.

O Brasil estima ter cerca de 600 mil pessoas com Aids. Dessas, 184 mil recebem tratamento anti-retroviral. As demais não usam os medicamentos porque ainda não têm necessidade.

A ONU demonstrou especial preocupação com o percentual de presidiários doentes. O estudo cita testes feitos numa penitenciária em São Paulo, onde 6% dos detentos portavam o HIV. Segundo a ONU, a falta de acesso à prevenção o tratamento na população carcerária preocupa.

Teste de Aids

O governo disponibiliza desde 2005 um teste rápido para detecção do HIV em gestantes, o que reduziu significativamente a transmissão vertical (da mãe para filho). O exame também está disponível para pessoas que estão em grupos de maior exposição à doença, como transexuais, usuários de drogas, homens que fazem sexo com homens e pessoas que se prostituem.

No ano passado, o teste, que permite saber se a pessoa está infectada em 30 minutos, foi aplicado em aproximadamente 1,7 milhão de pessoas. No primeiro semestre deste ano, 800 mil pessoas já recorreram ao exame.

Via G1

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