quarta-feira, 18 de junho de 2008

Dicas para o dia-a-dia.

Alimentação

Uma alimentação saudável aumenta a resistência à doença, fornecendo energia e tornando a pessoa mais forte para suas atividades diárias.

O ideal é que o paciente faça entre cinco e seis refeições por dia e mantenha uma dieta balanceada e saudável, priorizando a ingestão de frutas, verduras e legumes e evitando frituras e gorduras.

A pessoa não deve ficar mais do que três horas sem se alimentar, mesmo que sejam refeições em pequenas porções. Isso ajuda o paciente a se prevenir de problemas de estômago como gastrites e úlceras, que aparecem ocasionalmente por causa do excesso de medicamento ingerido. Também é importante evitar bebidas alcoólicas, pois a pessoa acaba não se alimentando e se desnutrindo.


Atividades Físicas

Para o paciente vivendo com HIV/aids, a preocupação com a musculatura deve receber atenção especial. O uso prolongado de anti-retrovirais pode causar a lipodistrofia, que é a migração da gordura dos membros e glúteos para as costas e o abdômen.
O ideal é que a prática da musculação seja orientada e regular e que comece a ser feita o quanto antes. Exercícios aeróbicos regulares também são indicados com o intuito de manter uma boa circulação e evitar a neuropatia, manifestada por dormência nas mãos e pés.


Relacionamento Pessoal e Social

O portador do HIV pode levar uma vida normal, como qualquer outro indivíduo, tanto profissional quanto pessoalmente, podendo trabalhar normalmente, praticar esportes, ir a festas, freqüentar bares, shoppings e clubes, se relacionar com as pessoas. Cuidados especiais devem ser tomados apenas nos relacionamentos sexuais a fim de evitar a transmissão do vírus para outras pessoas. Para tanto, o uso do preservativo é imprescindível em todas as relações sexuais. Está comprovado que a continuidade da vida social e a adesão adequada ao tratamento resulta na melhora da qualidade de vida dos soropositivos e na resposta ao tratamento.


Dúvidas Freqüentes

Um portador do HIV pode ter uma vida sem restrições?
Os soropositivos podem viver normalmente, mantendo as mesmas atividades físicas, profissionais e sociais de antes do diagnóstico, contanto que sejam seguidos à risca o tratamento anti-HIV, as recomendações da equipe médica e o uso de preservativo em todas as relações sexuais.


Que cuidados envolvem a convivência com um familiar soropositivo?
O HIV, vírus da aids, pode ser transmitido pelo sangue, sêmen, secreção vaginal e pelo leite materno. Sendo assim, a convivência com uma pessoa portadora do HIV deve ser tranqüila. Beijos, abraços, demonstrações de amor e afeto e compartilhar o mesmo espaço físico são atitudes a serem incentivadas. Quanto mais respeito e afeto receber o portador que vive com HIV/aids, melhor será a resposta ao tratamento. O convívio social é muito importante para o aumento da auto-estima. Conseqüentemente, faz com que essas pessoas cuidem melhor da saúde.

Fonte: http://www.aids.gov.br/data/Pages/LUMISE98137CAPTBRIE.htm

Medicamentos para todos

10/06/08

Brasil defende redução de custos de medicamentos para ampliar acesso universal

Nova York – A ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial da Presidência da República de Políticas para as Mulheres, abriu, na manhã desta segunda-feira (9/6), os trabalhos da delegação brasileira que participa da Sessão Especial das Assembléia Geral das Nações Unidas sobre HIV e Aids (UNGASS). O evento acontece até a próxima quarta-feira (11/6), na sede das Nações Unidas, em Nova York, nos Estados Unidos. Falando no painel “Acesso universal a diagnóstico e tratamento de baixo custo para HIV e aids: em busca de soluções sustentáveis”, Nilcéa destacou a necessidade de aprofundar as iniciativas que visem a baixar o custo de medicamentos e de insumos de prevenção.

“O grande desafio é tornar o acesso universal a insumos de prevenção e a medicamentos, de fato, universal. Hoje, é grande o número de países severamente afetados pela epidemia que não têm condições de oferecer esses insumos à população”, disse a ministra, em entrevista após o pronunciamento.

De acordo com relatório conjunto da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (UNAIDS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), divulgado no início de junho, aproximadamente 6,5 milhões de pessoas infectadas pelo HIV que precisam de terapia anti-retroviral não têm acesso aos medicamentos.

Moderado por Michel Sidibé, diretor-executivo-adjunto do UNAIDS, o painel teve também a participação de Brian Chituwo, ministro da Saúde de Zâmbia; de Rolake Odetoyinbo, representante da ONG Ação Positiva para Acesso ao Tratamento, da Nigéria; e de Jeffrey L. Sturchio, vice-presidente do laboratório Merck Sharp & Dohme.

Propriedade intelectual – Na cerimônia, os presidentes de Burkina Faso, Blaise Compaore, e de Togo, Faure Gnassingbe, ressaltaram o papel de destaque do Brasil no processo que levou a OMS a reconhecer, pela primeira vez, os efeitos negativos dos direitos de propriedade intelectual sobre o acesso a medicamentos.

O assunto foi destaque na 61ª Assembléia Mundial de Saúde, realizada em maio, em Genebra, na Suíça. O item consta da Estratégia Global do Grupo de trabalho Inter-governamental sobre Saúde Pública, Inovação e Propriedade Intelectual (IGWG), aprovado no encerramento da Assembléia.

O reconhecimento da OMS é fruto de um processo que se desenrola há dois anos, com participação relevante do Brasil em todos os estágios. Para o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, “a Estratégia Global (...) é o documento mais significativo em termos de propriedade intelectual e saúde pública desde a Declaração de Doha”. Essa declaração, de 2001, permite que os países tomem medidas para proteção da saúde pública.

Feminização – Em sua fala no primeiro dia da UNGASS, a ministra Nilcéa Freire afirmou que a ampliação da oferta de insumos de prevenção, sobretudo do preservativo feminino, é uma estratégia importante para conferir mais autonomia às mulheres e reduzir as desigualdades de gênero. “Com isso, certamente contribuiremos para enfrentar o avanço da epidemia de aids no sexo feminino, observado no Brasil e em todo o mundo”.

Atualmente, o Brasil está finalizando uma compra de 6 milhões de preservativos femininos, para serem distribuídos no Sistema Únicos de Saúde. No entanto, ao contrário do preservativo masculino, cuja distribuição é para a população geral, o preservativo feminino é voltado para grupos específicos, mais vulneráveis à infecção pelo HIV, como prostitutas e mulheres vítimas de violência. “Nossa meta é expandir a distribuição para 10 milhões de unidades, em 2010”, informou Nilcéa.

No Brasil, segundo dados do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério Saúde (PN-DST/AIDS), havia 26 homens com aids para cada mulher, em meados dos anos 80. Hoje, são 16 homens com aids para cada 10 mulheres.

Direitos Humanos – À tarde, a diretora do PN-DST/AIDS, Mariângela Simão, participou de debate sobre exclusão social e grupos mais vulneráveis à epidemia, como gays, outros homens que fazem sexo com homens e travestis. “É preciso reconhecer o impacto da aids nessa população e promover ações efetivas, considerando as diversas especificidades de cada identidade sexual”, disse Mariângela, que teve a colaboração de Oswaldo Braga, do Movimento Gay de Minas, representante da Comissão Nacional de Aids (CNAIDS).

No Brasil, houve um crescimento do percentual de casos de aids entre homossexuais e bissexuais de 13 a 24 anos de idade, variando de cerca de 24%, em 1996, para aproximadamente 41%, em 2006. Na faixa etária de 25 a 29 anos, nessa categoria de exposição, a variação foi um pouco menor, mas também indicou crescimento: de 26% (1996) para 37% (2006). Já entre indivíduos de 30 a 39 anos, os índices apontam para uma pequena tendência de queda: de 30%(1996) para 28% (2006).

Mais informações para a imprensa:
Programa Nacional de DST e Aids
(61) 3448-8100/8088/8106

Fonte: http://www.aids.gov.br/data/Pages/LUMISE77B47C8ITEMID0E3734C7DC1643D6B6AE7BA65EC2A6DDPTBRIE.htm

quarta-feira, 11 de junho de 2008

VALE A PENA LER ATÉ O FINAL

HISTÓRIA DE JADE

Aconteceu comigo, não deixe q aconteça com vc.

Essa é uma linda e longa historia q mudou minha vida. Aconteceu há 17 anos atrás, mas pra dizer a verdade o inicio de tudo se deu há 26 anos. Foi qdo conheci meu primeiro amor. Eu era novinha, bobinha e apaixonada. Engravidei aos 17 anos, ele tinha 19. Éramos duas crianças, não tínhamos noção do q estávamos fazendo. Casamos, mesmo sem ter condições. As famílias ajudavam no q podiam, nossa vida era confusa, ele só queria saber de ficar nos botecos enchendo a cara, jogando sinuca e aprontando. Eu burra q era ficava em casa chorando. Aos 19 anos engravidei do segundo filho. A essa altura do campeonato nossa vida já estava um caos, mas mesmo assim eu curti muito a gravidez. Foram quase 7 anos de casamento, brigas e separações. Até q criei coragem e pedi a separação definitiva. Foram 6 meses de brigas, baixarias, até na delegacia fomos parar. Ele não queria assinar os documentos, comprou uma arma e disse o famoso chavão:
-se vc não vai ser minha, tbm não vai ser de mais ninguém.
Abandonei tudo e me escondi até ele se acalmar. Depois de muita encrenca ele finalmente assinou a papelada e fiquei livre!!!!
O mais absurdo é q ele já estava vivendo com outra pessoa e ela estava grávida, e mesmo assim ele transformou a minha vida num pesadelo.
Bom, essa fase acabou. Voltei a estudar, procurei emprego e estava tentando tocar minha vida qdo conheci uma pessoa. Ele era desquitado, 10 anos mais velho q eu, pai de 3 filhos...um sedutor profissional.
Minha vida na casa dos meus pais estava um inferno, minha mãe não dava um minuto de paz. Até o q eu falava ao telefone ele ouvia na extensão. Pra quem já havia morado sozinha isso era insuportável. Eu estava errada, a casa era dela.
Foi ai q tive a brilhante idéia de aceitar o convite do atual namorado para morar no apartamento dele. Peguei meus filhos, a mala e a cuia e mudei pra lá.
Foram dias felizes, muito amor e carinho. Era um sonho!
Durou só alguns meses. Em julho de 91 ele foi internado, os médicos disseram q havia forte suspeita de ser AIDS. Eu não acreditei.
Fizemos exames e mesmo antes de sair o resultado ele faleceu. Os médicos estavam certos, era AIDS mesmo. Eu só tinha 26 anos qdo vi a cara da morte pela primeira vz. Ela não sorriu pra mim. Fiz vários exames para confirmar se eu tbm estava contaminada e todos deram positivo. Durante 1 ano fiquei feito um zumbi vagando pela casa e perdida em meus pensamentos. Não comia direito, não dormia direito, não falava, me isolei de tudo e de todos. Até que um dia me deu um estalo e decidi voltar ao mundo dos vivos. Levantei, sacudi a poeira e dei a volta por cima.
Me arrumei, arranjei um emprego, fiz novas amizades e voltei a boa e velha rotina.
Nunca sai por ai gritando as 4 ventos q sou portadora do HIV, isso só diz respeito a mim, a minha família e quem eu achar q mereça saber.
Sou uma pessoa bonita, tenho boa aparência e sempre fui muito paquerada.
Ai vai um alerta, ninguém trás escrito na testa que tem o vírus, portanto NUNCA transe sem camisinha.
Logo que voltei a vida normal fui num barzinho comemorar o aniversario de um amigo, lá apareceu um bonitão cheio de lero lero. Ele me convidou pra jantar, eu aceitei.
A gente mal se conhecia, pra mim era só um jantar, por isso não vi necessidade de contar nada a ele. Só que o lindinho me levou pra jantar e depois que saímos do restaurante imbicou o carro na porta do motel. Eu disse que não queria entrar, ele começou a me agarrar dentro do carro, eu empurrei varias vzs, ele veio com estupidez e chegou ao cumulo de dizer:
- Paguei o jantar e não vou ficar sem sobremesa.
Se eu fosse uma pessoa sem caráter, teria entrado no motel, feito sexo com ele a noite toda e só depois contado pra ele a verdade, ou até quem sabe nem teria contado nada.
Só que jamais faria isso, entre um empurrão e outro falei:
- eu tenho HIV e não vou entrar nesse motel, me leva pra casa agora.
Ele me largou, ficou pálido, mudo e sem ação.
Me deixou em casa e sumiu.
Dias depois me ligou, disse q precisava falar comigo. Nos encontramos e conversamos muito. Ele pediu desculpas e agradeceu por eu ter sido sincera. Ele disse que aquela noite mudou a vida dele.
Depois disso vieram outros, mas eu não queria saber de ninguém. Até q apareceu alguém especial. Tive q contar pra ele, senti medo de ser rejeitada, mas mesmo assim falei a verdade. Por ele não ser portador achei q seria impossível a gente ter alguma coisa, mas me enganei. Namoramos durante 4 anos.
Nunca fiquei doente, nunca fui internada. Ninguém diz q sou portadora.
As pessoas sempre falam do meu alto astral, da minha alegria, da minha beleza...posso jurar a quem quiser q ninguém, mas ninguém mesmo que me conhece pessoalmente imagina q tenho HIV.
Volto a repetir, usem camisinha sempre. Não importa se a pessoa é bonita, sarada, tem boa aparência, AIDS esta no sangue, não na cara.
Bom, voltando ao namoro...durou 4 anos e terminou como qualquer outro namoro termina. Foi um relacionamento normal, tínhamos relação sexual como qualquer outro casal, ele sempre usava camisinha. Mais por exigência minha q dele. Eu sempre me senti muito responsável por quem esta comigo.
Qdo esse namoro acabou resolvi dar um tempo. Fiquei sozinha uns 2 anos, até q apareceu outra pessoa interessante e especial.
Tive que correr o risco de ser rejeitada outra vz, ele tbm não era portador...situação difícil ter q contar. Contei no primeiro beijo, ele me fez varias perguntas, respondi todas, convidei ele pra conhecer meu medico, ele foi. Lá ele ficou muito bem informado e o resultado é q estamos juntos há 7 anos.
Tenho uma vida normal, trabalho, namoro, passeio, faço tudo q todo mundo faz. Tenho momentos de felicidade, de tristeza, dou muita risada, as vzs choro...como qualquer ser humano.
Não pense q foi fácil ou q é fácil lidar com isso. Acordar todos os dias sabendo q dentro do meu corpo tem um vírus q pode me matar é ter consciência q a morte esta presente o tempo todo. Nunca fui internada, nunca fiquei doente, mas tenho que tomar 4 comprimidos por dia para me manter saudável.
Não bebo, não fumo, nunca usei droga. Me contaminei dentro de casa, na minha cama, com meu marido. Ele foi o segundo homem com quem tive relação sexual.
Gente, AIDS não é brincadeira, não existe grupo de risco. Tem q transar de camisinha sim. Preconceito é a maneira mais fácil e rápida de vc se contaminar. Ninguém esta imune, a menos q use camisinha SEMPRE.
Tudo isso aconteceu comigo pq nunca ouvi meus pais, sempre fiz o q dava na cabeça. Achava q AIDS era coisa de viado, drogado e vadia. Queimei a língua.
Engravidei aos 17 anos pq me achava muito esperta, moderna e dona do meu nariz. Quebrei a cara.
Casei com o cara errado e tive 2 filhos com ele pq não obedeci meus pais. Eles sempre foram contra, mas eu achava q sabia o q era melhor pra mim. Me ferrei.
Enfim, só fiz merda.
Hj posso dizer q amadureci, aprendi a dar valor a vida, a família e ao verdadeiro amor.
A começar pelo amor próprio. Quem se ama, se cuida e cuida dos outros tbm.
Otimismo, fé, coragem, perseverança, honestidade, amor ao próximo...tudo isso me mantem viva e feliz até hj.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Entrevista com a médica infectologista Dra. Maria Beatriz Caraccio

A AIDS é causada pelo vírus HIV. Quais as principais formas de transmissão do vírus? O principal mecanismo de transmissão é o sexo sem proteção (preservativo), Existe ainda transmissão da mãe para o bebê durante a gestação, parto ou aleitamento materno, e a transmissão por sangue, principalmente pelo compartilhamento de equipamentos para consumo de drogas. Atualmente não há mais casos de transmissão através de transfusão de sangue pelo rigoroso controle imposto pelo governo aos bancos de sangue.
Qual a diferença entre "soropositivo" e "aidético"?
Soropositivo é o indivíduo que tem o vírus no organismo, que transmite o vírus, mas que não apresenta sintomas de doença. A AIDS propriamente dita ocorre quando a imunodepressão é tão severa que começam a aparecer sintomas de doenças oportunistas.
Importante lembrar que uma pessoa infectada fica em média 10 anos sem nenhum sintoma, mas durante todo este tempo pode transmitir o vírus.
Alguém já se curou da AIDS?
Não, nunca houve caso de cura.
Qual foi o tempo mais curto e o mais longo de vida de um infectado?
A infecção aguda pelo HIV (imediatamente após adquirir o vírus) geralmente dá pouco ou nenhum sintoma, mas pode ser muito grave e levar ao óbito. Há, por outro lado, pessoas infectadas há mais de 20 anos que até agora não desenvolveram doença.
Quais fatores podem influenciar a manifestação do vírus e o desenvolvimento da síndrome? Existem medidas que possam evitar ou retardar a manifestação?
As crianças e os idosos tendem a ter um tempo menor de evolução, e os sintomas aparecem mais rapidamente porque o sistema imune nestas faixas etárias ou está muito imaturo ou já debilitado pela idade. Além disso, usuários de drogas que continuam utilizando drogas e álcool também podem desenvolver doença mais rapidamente porque “destroem” seu próprio organismo com o consumo de substâncias.
Ter uma vida sem vícios e com boa alimentação pode alongar o tempo sem sintomas. Além, obviamente, do uso de medicações que melhoram sobremaneira o tempo e a qualidade de vida dos indivíduos com AIDS.
Quais os meios de tratamento da AIDS?
A única forma de tratamento comprovada até o momento é o uso de medicações que bloqueiam a multiplicação viral, mas ainda não são capazes de matar o vírus. Estes medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo ministério da saúde.
Do que é feito o coquetel anti-AIDS? Este é o nome certo? Quanto custa? Aonde compra?
O chamado “coquetel” para tratamento da AIDS nada mais é que uma associação de vários remédios (geralmente 3 ou 4) que é utilizada para evitar que o vírus crie resistência rápida aos remédios, perdendo logo o efeito. Os esquemas de tratamento são personalizados de acordo com cada paciente individualmente, e são distribuídos gratuitamente pelo ministério da saúde a todos os pacientes com AIDS do Brasil que tenham indicação de tratamento.
Qual é a maior dificuldade da luta contra a AIDS? No nosso país as dificuldades de tratamento foram superadas, sendo modelo para o mundo todo. Mas o maior problema hoje é que a esmagadora maioria da população tem acesso a algum tipo de informação sobre a AIDS, especialmente de coisas básicas do tipo como se pega e como se previne. Entretanto as pessoas não acreditam que possa acontecer com elas, e colocam-se em situações de risco, especialmente sexo sem preservativos.
O que eu posso fazer para ajudar de verdade?
Divulgar informação correta, e lembrar a todos que uma pessoa infectada pelo HIV fica em média 10 anos sem ter nenhum sintoma, mas que pode transmitir o vírus durante todo este período. E, como a pessoa não tem nenhum sintoma, muitas vezes nem imagina ter o vírus. Por isso conscientização e sexo seguro são as palavras chave para controlar a doença.

Que mensagem a Doutora, como médica e também como cidadã, pode passar à sociedade para que o preconceito contra indivíduos infectados possa ser combatido?
Têm preconceito aqueles que acham que nunca estarão na posição de doente. O preconceito é fruto de desinformação. Embora atualmente todo mundo saiba como se pega e como se previne a AIDS, muitas pessoas ainda acham que com elas não vai acontecer, e discriminam outras pessoas que pensavam a mesma coisa até descobrirem que têm o vírus.
É preciso que todos se conscientizem de que as informações disponíveis sobre a AIDS são verdadeiras, e de que qualquer um de nós pode estar sob risco se não praticar sexo seguro.

Previna-se

Apesar de avanços, esforços contra Aids têm sido insuficientes, diz ONU

09/06/2008 - 18h46

Da Efe
Nas Nações Unidas


Os progressos que a comunidade internacional obteve na luta contra a Aids ao longo da última década têm sido insuficientes para garantir o acesso da população mundial à prevenção e ao tratamento aos 33,2 milhões de pessoas que atualmente vivem com o HIV, destacou hoje a ONU em um relatório.

O estudo, elaborado pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, chama a atenção para pontos positivos e negativos no cumprimento das metas estipuladas pela comunidade internacional com relação à epidemia.

Ban afirma que o aumento dos investimentos nesta matéria nos últimos dez anos "começa a dar frutos", o que se reflete na redução de novos casos de infecções e do número de mortes.

O secretário-geral da ONU ressalta que que os cerca de 2,5 milhões de novos casos registrados em 2007 supõem uma notável redução em relação aos 3,2 milhões contabilizados em 1998.

Além disso, as mortes anuais ligadas à doença caíram de 3,9 milhões em 2001 para 2,1 milhões em 2007.

Ban atribuiu essas "conquistas" ao aumento dos recursos destinados à luta contra a epidemia, para a qual, no ano passado, foram reservados US$ 10 bilhões. Porém, o diplomata advertiu que os esforços não têm sido suficientes.

"O mundo não alcançará o acesso universal à prevenção, o tratamento, o cuidado e a assistência se os recursos disponíveis nos países de média e baixa renda não aumentarem significativamente", afirmou.

O relatório preparado pelo secretário-geral da ONU será apresentado oficialmente amanhã, em uma sessão especial convocada pela Assembléia Geral para avaliar o progresso da luta contra a Aids.

De acordo com o documento, a taxa de doentes que recebem tratamento anti-retroviral aumentou em 42% em 2007, e cerca de três milhões de pessoas que vivem em países em desenvolvimento agora têm acesso a esses remédios.

No entanto, esse último número equivale a 30% dos doentes que precisam de remédios, o que é denunciado por algumas das ONGs que participarão das sessões da Assembléia Geral como uma prova de que os avanços são relativamente poucos.

Além disso, os cerca de US$ 10 bilhões destinados no ano passado ao combate à aids ainda estão muito longe dos US$ 22,2 bilhões que a mesma Assembléia Geral estipulou há dois anos como necessários para que o tratamento seja universalizado até 2010.

Apesar de tudo, o diretor do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids), Peter Piot, destacou que, pela primeira vez, foram alcaçados resultados palpáveis, razão pela qual a luta contra a doença está entrando "em uma nova fase" e o desafio atual passou a ser "manter a intensidade" dos avanços.

Já o secretário (ministro) de Saúde do México, José Ángel Córdoba, que discursará na Assembléia Geral em nome do Grupo do Rio - também integrado pelo Brasil e outros 17 países da América Latina -, disse hoje à Agência Efe que o alto preço dos remédios continua sendo o grande obstáculo para estender o tratamento a todos os dois milhões de latino-americanos infectados pelo HIV.

Só no México, onde o tratamento é garantido a todos os habitantes, o Governo gasta US$ 300 milhões ao ano no atendimento aos 45.000 doentes registrados nos programas públicos de saúde.

Outro problema é que cerca de 70% dos latino-americanos não têm informações científicas precisas sobre o vírus, o que facilita sua propagação e dificulta o diagnóstico dos infectados, acrescentou Córdoba.

Em seu relatório, Ban reconheceu que "a propagação dos serviços essenciais aos doentes não acompanha o ritmo de crescimento da epidemia".

Assim, enquanto em 2007 um milhão de pessoas foram inscritas para serem tratadas com anti-retrovirais, o número de infectados aumentou em 2,5 milhões, sobretudo na África, que concentra 68% de todas as infecções por HIV no mundo e 76% das mortes relacionadas à Aids.

Fonte: http://cienciaesaude.uol.com.br/ultnot/efe/2008/06/09/ult4429u1679.jhtm

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Brasil quer zerar em 4 anos HIV em bebês

do UNICEF

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) apóia o Ministério da Saúde na implementação do Plano Nacional de Redução da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis, lançado nesta quarta-feira (24/10), no auditório do Ministério da Saúde, em Brasília. Essa ação mobilizará governos federal, municipal e estadual em torno de projetos de prevenção e cuidados para eliminar a sífilis congênita e reduzir a próximo de zero a transmissão do HIV da mãe para o bebê durante a gravidez, parto e ou amamentação. As metas estabelecidas pelo plano devem ser cumpridas até 2011. O anúncio foi feito pelo Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e contou com a participação da oficial de projetos do UNICEF Daniela Ligiéro.

O plano também prevê a ampliação da cobertura de testagem para o HIV/aids e a sífilis durante os exames de pré-natal. Segundo estimativas do Ministério, o número de testes anuais de sífilis realizados em mulheres grávidas passará de 2,1 milhões para 4,8 milhões, e do anti-HIV aumentará de 1,4 milhão para 2,3 milhões. A ação vai garantir o direito de milhares de mulheres a conhecer seu status sorológico. Assim, as gestantes HIV positivo e com sífilis terão maior acesso ao tratamento e aos cuidados para a sua própria saúde e para evitar a transmissão do vírus para a criança.

O UNICEF está apoiando o Programa Nacional de DST e Aids na capacitação de profissionais de saúde e mobilização de gestores, com foco nas regiões Norte e Nordeste, onde as taxas de transmissão vertical são as mais altas. Esses profissionais são fundamentais para garantir um pré-natal de qualidade, pois, se diagnosticada e tratada durante a gravidez, a mulher é curada da sífilis e não transmite a doença para o bebê. Em relação ao HIV, não há cura para a futura mãe, mas, com o tratamento, as chances de o bebê nascer com aids são reduzidas para menos de 1%. O UNICEF apoiou também o programa na aquisição de testes rápidos para serem oferecidos em regiões de difícil acesso ao diagnóstico, como a Região Norte.

A transmissão vertical do HIV é a principal causa dos casos de aids em crianças com até 12 anos. Garantir o acesso ao teste de HIV para todas as gestantes é essencial para acabar com a transmissão vertical. No Brasil, os desafios são grandes. Estima-se que 0,4% das gestantes brasileiras vivam com HIV e 1,6% tenham sífilis. O que agrava ainda mais a situação é o fato que a maior parte não sabe que é soropositiva.

Para ajudar o País a dar uma resposta positiva ao problema, o UNICEF tem como uma das prioridades em seu trabalho no Brasil, até 2011, proteger crianças e adolescentes do HIV/aids.

Fonte: http://www.onu-brasil.org.br/view_news.php?id=6105

Unaids diz que Brasil é exemplo no combate ao HIV


20/11/2007
Vice-diretor Louis Loures lembra que país foi o 1º a adotar acesso universal.

Mônica Valéria Grayley & Jorge Soares, da Rádio ONU em Nova York.

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, Unaids, afirmou que o Brasil é o maior exemplo do mundo na luta contra o HIV.

A declaração foi feita pelo vice-diretor para Iniciativas Globais do Unaids, Louis Loures. Ele falou à Rádio ONU, de Genebra, para marcar o lançamento do mais novo relatório do Unaids.

″O Brasil segue sendo o maior exemplo no mundo que é possível, sim, enfrentar a epidemia, desde que se tomem as medidas adequadas, desde que se tenha o compromisso político de investimento e mobilização da sociedade em relação à epidemia. Essa é a mensagem principal. Não vamos aqui nos perder 'esse número está certo, esse número não está certo'. O que interessa é que é uma epidemia de grandes proporções, mas que nós começamos a ver que é sim possível enfrentá-la, desde que se tomem as medidas apropriadas″, disse.

Segundo Loures, o Brasil já provou seu compromisso na luta contra a epidemia em níveis de governo e de sociedade.

Novas metodologias

″O importante, em relação ao Brasil, é que é uma epidemia que está, do ponto de vista geral, estabilizada. Agora, temos que lembrar que o Brasil segue sendo também o país em desenvolvimento com o maior número de pessoas em tratamento. O Brasil foi o primeiro país a realmente adotar o acesso universal a tratamento para as pessoas com Aids, infectadas pelo vírus. Em resumo, o Brasil segue sendo o melhor exemplo de que é possível enfrentar essa epidemia e felizmente nós começamos a ver hoje que esse exemplo começa a ser seguido″, disse.

De acordo com o relatório do Unaids, "Atualização sobre a Epidemia de Aids" o número de soropositivos no mundo teria caído de 40 milhões em 2006 para 33 milhões neste ano.

Revisão

A agência da ONU revela que a queda se deve a revisões nos números de vários países, entre eles, a Índia, o 2º mais populoso do mundo.

A região mais atingida pelo HIV continua sendo a África Subsaariana. A área concentra mais de 60% dos pacientes em nível global.

Na América Latina, os índices de contaminação permanecem estáveis. Mesmo assim, 58 mil pessoas perderam a vida, por causa da Aids, no ano passado.

Fonte: http://www.un.org/radio/por/detail/4513.html

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Exemplo de Superação

Earvin "Magic" Johnson.

Um dos maiores jogadores da história da NBA,jogou no Los Angeles Lakers durante toda sua carreira (1983-1994). Ganhou o apelido de Magic devido as suas mirabolantes assitências na NBA.

Participou do Dream Team na olimpíada de Barcelona em 1992, e ficou conhecido mundialmente por ser portador do vírus HIV. Sofreu muitos preconceitos por culpa do vírus HIV, mas enfrentou e ultrapassou as dificuldades impostas pela doença e voltou ao basquetebol após ter parado por culpa do HIV.

Dono de algumas das jogadas mais belas da história da NBA, Magic Johnson tinha uma visão de quadra espetacular, possibiltando-o a dar assistências que ninguém mais enxergava. Ainda hoje há quem discuta sobre quem foi o melhor de todos os tempos: Michael Jordan ou Magic Johnson.


quinta-feira, 5 de junho de 2008

Solidariedade

Fique Tranquilo

Mulheres também precisam se previnir.

Mulherada, não tem que ter vergonha de levar camisinha na bolsa não. E se na hora do vamo vê, o meninão está sem a camisinha?
Tem que se previnir.

Direitos Iguais

As pessoas infectadas pelo vírus da AIDS, tem os mesmos direitos de todo mundo, inclusive fazer sexo com camisinha.

Use e Confie

Previna-se

3 milhões de mortos em 2006.
40 milhões de portadores do vírus.
1 infectado a cada 8 segundos.

Não ignore esses números, use camisinha e previna-se!

Muita Força.

O preconceito muitas vezes acontece com a própria pessoa infectada. Ela mesmo se esconde dos outros.
Não é assim que funciona galera. Força, vocês são como todo o resto do mundo, todos estamos na luta contra o vírus.

Força!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Ação contra o preconceito na Dinamarca

Em muitos casos, as pessoas que são portadoras do vírus HIV sofrem discriminação por diversos preconceitos que existem em torno desta doença e, sobretudo, por causa da ignorância e todo o tabu que é criado em torno dele. Para reduzir precisamente o efeito que tem sobre a maior parte das pessoas, a AIDS Fondet saiu nas ruas da Dinamarca, com uma ação proposta pelo The Aid Agency, em que uma pessoa vai para as ruas em uma grande bolha com uma camisa que diz:

"Preconceito é um dos piores efeitos da AIDS"




Teste de Preconceito




Mantenha distância do preconceito, e não das pessoas.
O preconceito tem cura!

Use Camisinha

Campanha de prevenção contra a Aids 2006

Campanha de prevenção contra a Aids 2006

terça-feira, 27 de maio de 2008

AIDS e Pobreza.

A AIDS, quando começou, parecia ser uma doença de Primeiro Mundo e de gente rica. Talvez, graças a isso, tenha despertado tanto investimento em pesquisa (apesar de insuficiente) e tanto interesse na mídia.

Com o tempo, verificou-se que a AIDS era uma epidemia mundial que se deslocava do Primeiro para o Terceiro Mundo, constituindo-se numa verdadeira tragédia em vários países da África e que cada região apresentava a cara social de seu país. Tornou-se mundial e ligada, principalmente, à pobreza.

Mas o tratamento da AIDS em qualquer país exige muita atenção médica, e é caro. É caro tomar AZT, são caros os remédios para prevenir ou combater as infecções, é caro internar um doente com AIDS. Enfim, a AIDS é muito cara, e não prevenir a doença fica mais caro ainda.

No Brasil não é diferente. A maioria das pessoas infectadas com o vírus, ou doentes, são pobres e não conseguem recursos públicos ou particulares para ter o atendimento de que necessitam, nem para a prevenção nem para o tratamento. Diria, mesmo, que a maioria dos pobres com AIDS morrem sem saber do que morrem.

Em algumas poucas clínicas particulares, estão os doentes ricos, pagando um custo que desafia qualquer patrimônio familiar. Em alguns hospitais públicos, estão os pobres, onde, além do atendimento médico solidário e humano, carecem de meios para comprar o que a ciência moderna já colocou à disposição de todos em termos de diagnósticos sofisticados e remédios eficientes.

Em relação à AIDS, como em relação a várias outras coisas, o apartheid social se manifesta. Quem é rico se trata e tem uma qualidade de vida muito melhor. Quem é pobre sofre e morre sem condições mínimas de atendimento.

Essa diferença se manifesta concretamente em qualidade e tempo de vida. Quando a AIDS surgiu, nos anos 80, pouco se sabia sobre as diferenças entre contaminado e doente - morriam em muito pouco tempo. Era questão de um ano entre a notícia e a morte. Com o surgimento das primeiras drogas que controlavam o desenvolvimento do vírus e o acúmulo do conhecimento clínico que acelerava o diagnóstico e tratamento das infecções oportunistas, o tempo de vida foi aumentando de forma muito significativa.

Hoje se sabe que uma pessoa pode ficar contaminada sem manifestar a doença por muito tempo, entre 10 e 15 anos, e que alguns podem viver sem que a doença se manifeste. Estar com o vírus não é mais sinônimo de ficar doente. Hoje se sabe que uma pessoa doente que recebe todos os tratamentos e cuidados necessários pode sobreviver com a doença por muitos ou vários anos, três a quatro vezes mais do que se vivia antes.

Tudo isso significa que, em grande medida, viver ou morrer depende do tratamento já existente. Quem se trata sobrevive. Quem não se trata morre. A vida cobra a conta. A morte iguala. Quem tem recursos pode apostar na cura que virá. Pode ter a alegria de viver a cura de uma epidemia que assustou e ainda assusta o mundo. Quem não tem recursos vai saber que seu tempo é do tamanho de sua conta bancária e que, no Brasil, viver ou morrer é em grande medida uma questão social, já que, no caso da AIDS, ser rico ou pobre significa viver mais, ou menos, tempo.

Para uma pessoa doente e pobre, estar com AIDS é um drama duplo: o de ser pobre e o de sofrer as conseqüências de uma epidemia que ainda está em processo de controle e a caminho da cura, e, principalmente, o de saber que seu tempo de vida vai ser tão roubado quanto seu salário, suas esperanças, sua qualidade de vida, sua cidadania.

Nesse quadro é triste ver como o poder público, em nível federal, estadual e municipal, em geral e com apenas raras exceções, está totalmente indiferente a essa tragédia. De costas para a epidemia, ignora o imenso sofrimento dos pobres e espera que a morte ocupe o lugar da vida, negando as possibilidades de tratamento, que só existem para uns poucos. É triste saber que, até em relação à AIDS, o apartheid social existe e que aqui, entre nós, existe uma Beláfrica.

Carta de Betinho contra o preconceito.

Na sexta-feira dia 08/02/92, às 23 horas, decola do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, o Vôo da Solidariedade. A bordo do avião, cerca de 100 intelectuais vão levar seu apoio ao povo cubano. Uma das poltronas poderia estar ocupada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, um dos que apóiam o vôo. Mas não está. No lugar do presidente da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA), vai uma carta assinada por ele. Um protesto contra a política segregacionista do governo cubano em relação aos doentes da AIDS.

Presidente Fidel Castro,

Sou do tempo da Revolução Cubana. Defendi e defendo o direito do povo cubano fazer sua revolução e decidir o seu próprio destino sem interferência de inimigos ou amigos.

Defendo para Cuba o que defendo para mim e para o meu próprio povo: liberdade, igualdade, participação, respeito, diversidade e solidariedade. Feita essa introdução, desejo apresentar uma questão e fazer um apelo. A questão é a AIDS. Sou hemofílico de nascimento e soropositivo há quase 10 anos. Sou também presidente da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS desde 1986 e desenvolvo em meu país uma luta constante contra as políticas públicas do governo federal em relação à AIDS.

A AIDS, desde o começo, foi apresentada como uma doença incurável e fatal, sem esperança e sem destino a não ser a morte. Essa posição não é correta, não tem base científica e é politicamente equivocada: a AIDS ainda não tem cura, mas poderá ter. A cura da AIDS está a caminho. A França, por exemplo, já se propõe a rever a própria definição da AIDS (SIDA) para doença degenerativa crônica.

Essa visão fatalista e anticientífica da AIDS foi responsável pela disseminação de condutas discriminatórias, desumanas e terroristas em relação às vítimas da doença. Muita gente tomou carona na tragédia para expressar todos os seus preconceitos e culpar as vítimas e suas condutas, ao invés de atacar a causa real da doença: o vírus.

Conhecendo a tradição humanista e revolucionária de Cuba, sabendo dos avanços de sua medicina, eu esperava que também Cuba se transformasse num exemplo mundial de como enfrentar a AIDS. O que li no Gramma e soube por pessoas que visitaram Cuba, no entanto, constitui para mim um choque: soube que os soropositivos são submetidos a um processo de controle por agentes sanitários, que se caracteriza por uma espécie de vigilância à curta distância para impedir que a pessoa contaminada contamine outras pessoas. Como sabemos que a transmissão do vírus se dá basicamente por via sexual, estaríamos diante do controle da vida sexual dos soropositivos por processos de vigilância que tenho dificuldades de imaginar como seriam feitos, além de discordar frontalmente de tal tipo de controle. Soube, também, que os doentes são levados aos hospitais e internados como doentes de AIDS, separados de suas famílias, do trabalho, de suas atividades. Para ser franco e direto: os doentes são segregados da sociedade pelo Estado e se transformam em presos políticos da epidemia. Digo políticos, porque não existe nenhuma razão científica, médica, ou de simples bom senso, para se prender doentes de AIDS a fim de prevenir a propagação da epidemia e proteger a saúde pública. Um doente de AIDS é, na verdade, aquele que menos oferece risco de contaminação, porque ele já sabe que pode transmitir, sabe como não transmitir, e, a não ser em casos patológicos, não quer transmitir sua doença a ninguém, muito menos a seus familiares e amigos.

Os doentes de AIDS hoje podem passar a maior parte de seu tempo em suas próprias casas ou desenvolvendo atividades úteis, ao invés de se verem presos, segregados, discriminados como seres destinados a esperar a morte no leito da proteção pública.

Sou capaz de imaginar uma sociedade, a cubana, onde os soropositivos e os doentes de AIDS recebam uma atenção e um carinho especiais de todos, onde não se sintam discriminados, nem isolados, nem identificados com o perigo mortal para a saúde pública da Nação. Onde os soropositivos trabalhem normalmente e onde os doentes possam também trabalhar, viver, conviver e se confrontar com a morte em meio à solidariedade que se traduz em convívio e não em segregação.

Não falo como leigo. Falo como soropositivo que trabalha agora mais do que nunca e que jamais aceitaria ter um agente de saúde seguindo meus passos para verificar se sou um perverso propagador da epidemia. Falo como um soropositivo que vive com a mulher e filho, e que preferiria morrer a ser isolado no melhor hospital público quando os primeiros sinais da doença se instalassem, para esperar a morte incerta e imprevista, o que hoje pode levar até anos para se realizar. Quero também ter o direito de decidir sobre a forma, modo e o tempo de minha morte. A doença não pode ser um pretexto para que se retire de mim o direito à cidadania. Acredito firmemente que essas idéias deveriam ser muito mais desenvolvidas e possíveis em um país como Cuba e não no meu próprio, onde os pacientes de AIDS, na maioria das vezes, morrem sem as menores condições de assistência e ainda sofrem efeitos da propaganda oficial, que prima pelo terrorismo.

Por tudo isso, quando surgiu a proposta dessa viagem a Cuba, que apoio, senti que eu tinha em relação a ela um caráter político e pessoal: como seria tratado em Cuba? Como os milhares de turistas que entram em Cuba sem apresentar os testes de HIV e que, sem saber, por isso mesmo podem se constituir num risco para a saúde pública do país? Eu só poderia entrar em Cuba como um soropositivo publicamente conhecido no Brasil e teria que apresentar meus pontos de vista e principalmente meu apelo:

Se ainda existe vigilância organizada sobre os soropositivos, transformem essa relação em programas de educação e confiem na responsabilidade cívica, humana dos cubanos.

Se ainda existe segregação dos doentes em hospitais - com a separação de suas famílias - que tudo isso acabe porque é desumano, é inútil, é inaceitável.

Que essa viagem de solidariedade produza muitos frutos. Quero enviar junto a essa carta um grande e fraterno abraço para todo o povo cubano, um povo que aprendi a amar e admirar de longe e de perto, quando em 1968 estive representando o Brasil na OLAS (Organização Latino-Americana de Saúde).

Agora que o presidente já tem quase o direito de se considerar eterno, gostaria de terminar com uma frase que vai começar uma nova postura nossa diante da AIDS: a AIDS não é mortal, mortais somos todos nós. A AIDS terá cura, e o seu remédio hoje é a solidariedade.

Abraços e saudades,

Herbert de Souza
Presidente da ABIA
(Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS)

Mulher portadora do vírus HIV sofre mais preconceito.

Pesquisa da UNESP revela que a mulher portadora do vírus HIV sofre mais preconceito e está menos preparada para enfrentar a doença do que o homem.

Até na condição de portadora do vírus HIV a mulher está em desvantagem em relação ao homem. É o que revela uma pesquisa de comportamento, que traçou o perfil de 132 pacientes do Ambulatório Especial da Faculdade de Medicina (FM), da Universidade Estadual Paulista (UNESP), de Botucatu, com indivíduos provenientes de várias regiões do País. O estudo, feito com 82 homens e 50 mulheres, mostra que o sexo feminino, além de sofrer mais preconceitos, enfrenta maior dificuldade para lidar com a doença por causa da sua condição sócio-econômica e pela falta de informação.
O comportamento da família e do companheiro diante da revelação do diagnóstico é um exemplo dos obstáculos que a mulher enfrenta. Na pesquisa, 12% das entrevistadas afirmaram que foram rejeitadas pela família e 10% deixadas pelo companheiro. Enquanto que entre os homens, esta percentagem foi de apenas 3,6% e 1,2%, respectivamente.
Segundo a coordenadora do trabalho, a professora Marli Teresinha Gimenez Galvão, da Faculdade de Enfermagem da FM, o desamparo da mulher é agravado pela dependência econômica e pelo baixo nível de escolaridade. Das 50 entrevistadas, mais da metade (54%) eram donas de casa, contrastando com apenas 8,5% dos homens que não tinham emprego. O abismo também foi grande na avaliação do grau de instrução, pois 68% das portadoras só cursaram algumas séries do 1º grau, enquanto que entre os homens mais da metade (61%) havia chegado ao 2º ou ao 3º grau.
Atitude passiva - Na hora de cuidar da saúde, a mulher também mostrou-se menos preparada do que o homem. Quase a metade das entrevistadas (44%) não fez nada para controlar a evolução da doença, enquanto que entre os homens, esta conduta foi verificada em menor percentagem em 25,6% dos casos. Além disso, os homens são os que mais usam medicamentos, preocupam-se com o equilíbrio emocional, mudam seus hábitos e querem melhorar sua condição física. "Até na procura por tratamentos alternativos, eles têm mais iniciativa", conta a pesquisadora.
Para a professora, o comportamento passivo da mulher pode representar uma tentativa de negar o problema, fato que pode ser agravado pela imaturidade, pois a maioria das entrevistadas era mais jovem do que o sexo masculino. O melhor desempenho dos homens também pode estar relacionado ao fato de que boa parte dos entrevistados era homossexual ou bissexual. "O espírito de luta contra os preconceitos, especialmente dos homossexuais, torna-se um fator positivo na hora de enfrentar a doença", explica.
Conduta sexual - Diante do aumento da proporção de mulheres infectadas no Brasil, a pior constatação, segundo a pesquisadora, foi o fato de que 38% das entrevistadas não faziam nada para evitar a transmissão da doença, enquanto que entre os homens este percentual cai para 10,9% dos casos.
Ela ressalta, entretanto, que o grau de desinformação é significativo em ambos os sexos. Entre as medidas adotadas para evitar o contágio da doença, por exemplo, 40,2% dos entrevistados citaram a camisinha como a principal medida de prevenção. Poucos (13%), no entanto, lembraram que não doar sangue ou órgão também é um meio de evitar a transmissão da AIDS. Por outro lado, as medidas que trariam pouca ou nenhuma prevenção, como não compartilhar talheres, por exemplo, foram freqüentemente citadas.
Para a pesquisadora, a mulher ficou em desvantagem em quase todos os aspectos avaliados na pesquisa. E como se não bastasse o preconceito, o abismo sócio-econômico e a falta de informação, o sexo feminino também não pode contar com a honestidade do parceiro. É que na hora de contar a verdade, um pouco mais da metade dos homens (58,6%) teve a coragem de revelar o diagnóstico à parceira, enquanto que entre as mulheres este índice foi quase absoluto: 82%.

Caso de Médico e Paciente Preconceituosos

"Bióloga, professora universitária, 47 anos, hipertensa, tabagista inveterada (cerca de dois maços por dia), apresenta quadro de insuficiência coronária, com indicação para cirurgia de revascularização do miocárdio; procura cirurgião especializado, de sua confiança e de seu círculo social.
O cirurgião, conhecedor do fato de que o marido da professora apresenta comportamento de risco (portador do vírus da imunodeficiência humana {HIV} por possível bissexualidade ?), exige a realização do teste HIV como pré-condição para operá-la. A paciente informa ter realizado o exame há 10 meses, com resultado negativo.
O cirurgião insiste na feitura de novo exame. A paciente se nega a realizá-lo e o médico se nega a operá-la.
Por interferência da diretoria Clínica do hospital a doente acaba concordando em realizar o teste, cujo resultado vem a ser negativo.
O cirurgião, então, a procura e decide marcar a intervenção cirúrgica.
A paciente, porém, pergunta ao cirurgião:
"Qual o motivo para exigir o teste HIV? " Responde o cirurgião: "Porque durante o ato cir1irgico eu poderia, por acidente, me ferir e correr o risco de ser infectado ".
"Nesse caso", diz a paciente, "desejo também conhecer o resultado do seu teste, pois o senhor pode, na mesma situação, em cirurgia extracorpórea, me contaminar ".

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Dúvidas Frequentes

Atualmente, ainda há a distinção entre grupo de risco e grupo de não risco?

Essa distinção não existe mais. No começo da epidemia, pelo fato da aids atingir, principalmente, os homens homossexuais, os usuários de drogas injetáveis e os hemofílicos, eles eram, à época, considerados grupos de risco. Atualmente, fala-se em comportamento de risco e não mais em grupo de risco, pois o vírus passou a se espalhar de forma geral, não mais se concentrando apenas nesses grupos específicos. Por exemplo, o número de heterossexuais infectados por HIV tem aumentado proporcionalmente com a epidemia nos últimos anos, principalmente entre mulheres.


O que se considera um comportamento de risco, que possa vir a ocasionar uma infecção pelo vírus da aids (HIV)?

Relação sexual (homo ou heterossexual) com pessoa infectada, sem o uso de preservativos; compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente, no uso de drogas injetáveis; transfusão de sangue contaminado pelo HIV; reutilização de objetos perfuro-cortantes com presença de sangue ou fluidos contaminados pelo HIV.


Qual o tempo de sobrevida de um indivíduo portador do HIV?

Até o começo da década de 90, a aids era considerada uma doença que levava à morte em um prazo relativamente curto. Porém, com o surgimento do coquetel (combinação de medicamentos responsáveis pelo atual tratamento de pacientes HIV positivo) as pessoas infectadas passaram a viver mais. Esse coquetel é capaz de manter a carga viral do sangue baixa, o que diminui os danos causados pelo HIV no organismo e aumenta o tempo de vida da pessoa infectada.O tempo de sobrevida (ou seja, os anos de vida pós-infecção) é indefinido e varia de indivíduo para indivíduo. Por exemplo, algumas pessoas começaram a usar o coquetel em meados dos anos noventa e ainda hoje gozam de boa saúde. Outras apresentam complicações mais cedo e têm reações adversas aos medicamentos. Há, ainda, casos de pessoas que, mesmo com os remédios, têm infecções oportunistas (infecções que se instalam, aproveitando-se de um momento de fragilidade do sistema de defesa do corpo, o sistema imunológico).


Quanto tempo o HIV sobrevive em ambiente externo?

O vírus da aids é bastante sensível ao meio externo. Estima-se que ele possa viver em torno de uma hora fora do organismo humano. Graças a uma variedade de agentes físicos (calor, por exemplo) e químicos (água sanitária, glutaraldeído, álcool, água oxigenada) pode tornar-se inativo rapidamente.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

O que é HIV e AIDS?

A aids é uma doença que se manifesta após a infecção do organismo humano pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, mais conhecido como HIV. Esta sigla é proveniente do inglês - Human Immunodeficiency Virus.
Também do inglês deriva a sigla AIDS, Acquired Immune Deficiency Syndrome, que em português quer dizer Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.

Síndrome
Grupo de sinais e sintomas que, uma vez considerados em conjunto, caracterizam uma doença.

Imunodeficiência
Inabilidade do sistema de defesa do organismo humano para se proteger contra microorganismos invasores, tais como: vírus, bactérias, protozoários, etc.

Adquirida
Não é congênita como no caso de outras imunodeficiências. A aids não é causada espontaneamente, mas por um fator externo (a infecção pelo HIV).

O HIV destrói os linfócitos - células responsáveis pela defesa do nosso organismo -, tornando a pessoa vulnerável a outras infecções e doenças oportunistas, chamadas assim por surgirem nos momentos em que o sistema imunológico do indivíduo está enfraquecido.

Há alguns anos, receber o diagnóstico de aids era quase uma sentença de morte. Atualmente, porém, a aids já pode ser considerada uma doença crônica. Isto significa que uma pessoa infectada pelo HIV pode viver com o vírus, por um longo período, sem apresentar nenhum sintoma ou sinal. Isso tem sido possível graças aos avanços tecnológicos e às pesquisas, que propiciam o desenvolvimento de medicamentos cada vez mais eficazes. Deve-se, também, à experiência obtida ao longo dos anos por profissionais de saúde. Todos estes fatores possibilitam aos portadores do vírus ter uma sobrevida cada vez maior e de melhor qualidade.